segunda-feira, 25 de abril de 2011

Uma pequena reflexão a cerca da relação entre teoria e prática.

A discussão da relação entre prática e teoria já rendeu uma vasta produção bibliográfica, intelectuais tem-se debruçados a tempos sobre está questão. No Brasil a partir da década de 80 essas discussões tomaram maior destaque entre educadores. Nesse momento passa-se a questionar o que é prática? O que a teoria? Esse dois conceitos podem ser pensados separadamente? Qual relação entre ambos? É nesse meio que a professora Déa Fenelon trás a sua reflexão crítica em relação a separação da teoria e prática. Segunda ela não deve de forma alguma existe está cisão entre teoria e prática, pela contrário deve haver uma unidade, coerência entre ambas, o que na teoria marxista chama-se de práxis, assim o ensino nunca deve-se ser pensado desvinculado da pesquisa, estes devem andar juntos no mesmo caminho. Nesse sentido a contribuição também da professora Selma Pimenta é pertinente quando ela trata do estágio na formação de professores, para essa autora o estágio deve ser concebido como uma atividade de pesquisa, como um campo de conhecimento, não apenas como o momento da prática na formação do professor. A reflexão dessas duas professores nos são de fundamental importância para se pensar o momento crucial na nossa formação que o estágio, nesse momento busca-se aplicar na prática a teoria aprendida na universidade, mas aqui vem as indagações, como se aplicar essa teoria a nossa pratica de sala de aula? Que teoria se trabalhar? Em qual perspectiva trabalhar essa teoria? E a prática afinal o que isso mesmo? Bom esse questionamentos sem duvida surgi na cabeça do estudante de graduação no momento de estágio, principalmente na licenciatura na área de ciências humanas, campo do saber em que o conhecimento se constitui a partir dos mais diversos referenciais teóricos. Como então articular a teoria e a prática, fazer a práxis pedagógica é o desafio a ser cumprido, o graduando deve levar em consideração essas questões que será de grande valia na atuação como estagiário e futuro profissional. Não estou pretendendo apresentar uma formula, acreditando que isso seja também e fácil de se fazer, apenas trago minhas observações no que acredito que se possa ser feito, recomendações que podem dar certo.
O que observo é que não precisamos não de mais teoria ou mais prática na nossa formação, mas é que seja possível saber uni-las de forma coerente, para o sucesso da escola e a concretização do ensino de qualidade. Penso que o bom profissional não vai ser o individuo conhecedor das varias concepções teóricas, mas sim o que melhor souber casar a teoria como a prática de forma arranjada e coerente, assim vai-se construir novas formas de conhecimento com a participação de todos já que o conhecimento empírico de mundo todos nos temos, o que nos resta como professores em formação é valorização essa experiência do aluno e utilizá-la a nosso favor e para isso a nossa formação nos dá a formação teórica em tese capaz de nos auxiliar nesse sentido. O professor será um pesquisador, e seu laboratório será a sua sala de aula, a sua escola.


Edson Silva - Estudante de História - UNEB-DCH4

Como a interdisciplinaridade pode auxiliar o trabalho do professor de história

A educação básica e dentro dessa o ensino de história por muito tempo no Brasil se constitui inserido em uma lógica que privilegiava as elites, o ensino de história era centrado em acontecimentos políticos e na heroicização de certos personagens históricos. A concepção de currículo implantada era de que a escola deveria ser o lugar de transmissão dos saberes, o professor seria o detentor do conhecimento e este seria o responsável por transmitir para os educandos o seu conhecimento, nesse momento a escola estava ocupada principalmente por membros da elite, a escola pública era elitizada. No entanto a partir da década de 80, com o processo de abertura política, de democratização do país com fim da ditadura militar e a emergência dos movimentos socais, outra concepção de escola e currículo para a ser pensada. Uma destas tendências de mudanças adotadas no Brasil a partir de 80 pelos profissionais da educação foi à interdisciplinaridade que visava superar a concepção de currículo idealizada para a elite e pela elite. Uma forma de pensar a educação bastante influente nesse momento foi à proposta da pedagogia de Paulo Freire, que trabalhava com o dentro da perspectiva política de formação do individuo, além da valorização do sujeito como produtor de conhecimento. E então dentro desse contexto no Brasil pós ditadura militar que verificamos uma mudança substancial na concepção de currículo e no ensino de história.
A prática de sala de aula, todavia passa a se encontrar e ainda se encontra dentro de um impasse, se antes o atendimento da escola pública era reduzido a membros da elitizado, atendia a parcela de maior renda, agora essa passa a atender um contingente de alunos elevado, formado por filhos e filhas da classe trabalhadora, a escola agora torna-se massificadas, os educadores e o governo pretendem democratizar a educação, porém aliado a isso soma-se todo o problema de estrutura das escolas, de financiamento publico, das péssimas condições de trabalho do professor, baixos salários, carga horária de trabalho elevadas, turmas com quantitativo de alunos elevadas, e aqui reside o dilema, que cerca a educação atualmente no país, de como fazer um ensino de qualidade, de uma formação política do individuo como cidadão diante de tantos problemas? O currículo formal das escolas na teoria são formulados, trazem os seus objetivos, propostas de trabalhos, no entanto a sua aplicabilidade se esbarra nessas impasses ora citados, apesar de são ser os únicos e problema é ainda mais complexo e envolve outras questões. A legislação educacional tentar se adequar a essas mudanças a aprovação da Nova Lei de Diretrizes e Bases em 1996 é dos avanços na legislação educacional brasileira, como também os PCNs que trazem um conjunto de orientações curriculares, de propostas de trabalho, dentre essa a interdisciplinaridade para os professores do ensino fundamental e médio. O conceito de interdisciplinaridade aparece aqui no sentido que a pedagoga Ivani Fazenda trás – “pressupõe uma organização, uma articulação voluntária e coordenada das ações disciplinares orientadas por um interesse comum. [...] a Interdisciplinaridade só vale a pena se for uma maneira eficaz de se atingir metas educacionais previamente estabelecidas e compartilhadas pelos membros da unidade escolar”. Essa proposta teoricamente é fundamentada, no entanto colocá-la em prática é mais complexo do que se pensa, pelas condições do currículo cada professor dar a sua aula simplesmente e não estabelece relação dos conteúdos estudados com as outras disciplinas, cada docente se comporta como detentor de uma verdade da sua área de atuação. Se a interdisciplinaridade fosse colocada em prática como concebe a pedagoga Ivani Fazenda acredito que a escola se tornaria um lugar mais interesse para o aluno, o lugar de construção de conhecimento através da teoria e da experiência de cada ciência, ampliaria assim o leque de entendimento das questões como um todo, cada qual daria a sua contribuição, assim penso que para o aluno daria sentido em estudar, não estudaria a matemática pela matemática, mas entender que a matemática tem relação com a física, a química e por que não a história. Através da interdisciplinaridade a escola por mais facilmente trabalhando em conjunto, conseguir alcançar os seus objetivos, proposto no seu Projeto Político Pedagógico.

Edson Silva - Estudante de História