segunda-feira, 25 de abril de 2011

Como a interdisciplinaridade pode auxiliar o trabalho do professor de história

A educação básica e dentro dessa o ensino de história por muito tempo no Brasil se constitui inserido em uma lógica que privilegiava as elites, o ensino de história era centrado em acontecimentos políticos e na heroicização de certos personagens históricos. A concepção de currículo implantada era de que a escola deveria ser o lugar de transmissão dos saberes, o professor seria o detentor do conhecimento e este seria o responsável por transmitir para os educandos o seu conhecimento, nesse momento a escola estava ocupada principalmente por membros da elite, a escola pública era elitizada. No entanto a partir da década de 80, com o processo de abertura política, de democratização do país com fim da ditadura militar e a emergência dos movimentos socais, outra concepção de escola e currículo para a ser pensada. Uma destas tendências de mudanças adotadas no Brasil a partir de 80 pelos profissionais da educação foi à interdisciplinaridade que visava superar a concepção de currículo idealizada para a elite e pela elite. Uma forma de pensar a educação bastante influente nesse momento foi à proposta da pedagogia de Paulo Freire, que trabalhava com o dentro da perspectiva política de formação do individuo, além da valorização do sujeito como produtor de conhecimento. E então dentro desse contexto no Brasil pós ditadura militar que verificamos uma mudança substancial na concepção de currículo e no ensino de história.
A prática de sala de aula, todavia passa a se encontrar e ainda se encontra dentro de um impasse, se antes o atendimento da escola pública era reduzido a membros da elitizado, atendia a parcela de maior renda, agora essa passa a atender um contingente de alunos elevado, formado por filhos e filhas da classe trabalhadora, a escola agora torna-se massificadas, os educadores e o governo pretendem democratizar a educação, porém aliado a isso soma-se todo o problema de estrutura das escolas, de financiamento publico, das péssimas condições de trabalho do professor, baixos salários, carga horária de trabalho elevadas, turmas com quantitativo de alunos elevadas, e aqui reside o dilema, que cerca a educação atualmente no país, de como fazer um ensino de qualidade, de uma formação política do individuo como cidadão diante de tantos problemas? O currículo formal das escolas na teoria são formulados, trazem os seus objetivos, propostas de trabalhos, no entanto a sua aplicabilidade se esbarra nessas impasses ora citados, apesar de são ser os únicos e problema é ainda mais complexo e envolve outras questões. A legislação educacional tentar se adequar a essas mudanças a aprovação da Nova Lei de Diretrizes e Bases em 1996 é dos avanços na legislação educacional brasileira, como também os PCNs que trazem um conjunto de orientações curriculares, de propostas de trabalho, dentre essa a interdisciplinaridade para os professores do ensino fundamental e médio. O conceito de interdisciplinaridade aparece aqui no sentido que a pedagoga Ivani Fazenda trás – “pressupõe uma organização, uma articulação voluntária e coordenada das ações disciplinares orientadas por um interesse comum. [...] a Interdisciplinaridade só vale a pena se for uma maneira eficaz de se atingir metas educacionais previamente estabelecidas e compartilhadas pelos membros da unidade escolar”. Essa proposta teoricamente é fundamentada, no entanto colocá-la em prática é mais complexo do que se pensa, pelas condições do currículo cada professor dar a sua aula simplesmente e não estabelece relação dos conteúdos estudados com as outras disciplinas, cada docente se comporta como detentor de uma verdade da sua área de atuação. Se a interdisciplinaridade fosse colocada em prática como concebe a pedagoga Ivani Fazenda acredito que a escola se tornaria um lugar mais interesse para o aluno, o lugar de construção de conhecimento através da teoria e da experiência de cada ciência, ampliaria assim o leque de entendimento das questões como um todo, cada qual daria a sua contribuição, assim penso que para o aluno daria sentido em estudar, não estudaria a matemática pela matemática, mas entender que a matemática tem relação com a física, a química e por que não a história. Através da interdisciplinaridade a escola por mais facilmente trabalhando em conjunto, conseguir alcançar os seus objetivos, proposto no seu Projeto Político Pedagógico.

Edson Silva - Estudante de História

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